Download Free Didatica Pedagogia E Sociedade Book in PDF and EPUB Free Download. You can read online Didatica Pedagogia E Sociedade and write the review.

O debate Didática, Pedagogia e Sociedade – Textos para uma sociologia da educação no século XXI, de Pedro Arturo Rojas Arenas, decorre, certamente, da pertinência do tema nas discussões acadêmicas na área de educação. Professores, pesquisadores e estudantes cada vez mais estão interessados em discutir seus conceitos, suas categorias, suas possibilidades dentro e fora da sala de aula. O livro é resultado de discussões e reflexões das quais o autor tem participado, alimentadas pelos questionamentos e problematizações em torno da formação e profissionalização docente. O livro convida-nos a retomar essas discussões no âmbito da formação de professores. Acresce sua preocupação com a ampliação do olhar sobre a educação, estabelecendo pontes com outras áreas do saber: reportamo-nos à Sociologia, à Antropologia, à História, por exemplo, dimensões essas que, seguramente, permitem um conjunto de discussões com as quais a educação deve familiarizar-se para ampliar os olhares e o diálogo entre as ciências humanas. Nos dias que correm, os desafios, as mudanças, as novas perspectivas para o sistema de ensino impelem os profissionais nutrir outras formas de agir, de ler o mundo que implique mudanças em uma prática docente investigativa, direcionada para outros espaços de ensino e de aprendizagem. As discussões apresentadas neste livro conduzem a uma viagem por textos leves, frutos da experiência pessoal, profissional, e de uma trajetória vivida, como educador, em seu compartilhamento com outros educadores, somados à sua experiência de vida na convivência com pessoas simples. A essência da obra: a arte de educar. Em seus artigos o lugar da responsabilidade social, da prática do fazer fazendo, da dedicação, do sentimento em torno do pensar sobre e com o outro. Escrito com a propriedade de um educador, que busca seu alimento diretamente da prática, apresenta uma trajetória de trabalho resgatado das subjetividades dos sujeitos e dos lugares miúdos da vida cotidiana. Com a mesma força, o que inspira o título do livro é a sua preocupação com a educação e seus desafios na contemporaneidade, principalmente, no que tange o mote da sociologia. No entanto, vai para além dessa dimensão. As discussões alimentadoras de seus artigos erguem-se de uma prática em sala de aula, de conceitos pertinentes às ações pedagógicas, do reconhecimento dos sujeitos escolares, das relações compartilhadas, da construção coletiva de um trabalho pedagógico, de ações educativas construtoras de intervenções e mudanças. Nos sistemáticos momentos que vislumbra suas ações como educador, o autor o faz de forma viva, séria, responsável, com a disposição daqueles que reconhecem a importância da prática da alteridade e da responsabilidade social do seu trabalho. Assim pensado, o faz percorrendo, avidamente, a memória de dois atores de precisos significados em seu percurso como educador e cidadão. Referências presentes até os dias de hoje: uma mulher e um educador de vivências. Ela, sua mãe; ele seu amigo. A primeira educadora, sua mãe, aquela professora de todos os dias, da sabedoria de quem é simples, de quem aprende na prática e com humildade. Sua primeira educadora perpassa todos os textos de seu livro como que conduzindo, ensinando, apontando, dizendo, olhando, observando o lápis em sua mão correndo pelo papel afora. Vislumbrar a educação, através do território da sociologia, no mundo de hoje, e as experiências necessárias à uma escola, para o processo formativo do aluno, incluindo a cultura de formação continuada, colocou Pedro Arturo diante da possibilidade de uma rica aprendizagem e, na mesma proporção, da necessidade de uma grande doação, abnegação, curiosidade, responsabilidade, entrega, criatividade e despojamento. São duas dimensões: uma, das técnicas, das metodologias, do repertório acadêmico, dos planos de aula, práticas da formação docente; outra, do sujeito enquanto conhecimento de si e do outro, enquanto subjetividade, enquanto vivência da alteridade, enquanto busca de outros territórios, prática dos saberes e da experiência. O livro de Pedro Arturo, se inspira nesse educador central em sua vida: Paulo Freire. Educar exige risco, aceitação do novo e rejeição de qualquer forma de discriminação. Sentença condutora da busca em sua prática por caminhos da vida nos plurais espaços onde se pode aprender e ensinar, a encontrar o outro, a nos colocarmos no lugar do outro. Nesse sentido, as histórias vividas na trajetória de vida do autor desta obra, como territórios simbólicos, se abriram para que explorasse e descobrisse maneiras e sentidos vários, procurar o indivíduo singular e plural, sua existência em meio das relações sociais. A obra de Pedro Arturo nos permite inspirarmos nos ensinamentos de Paulo Freire, ao lembrar que ensinar exige risco de se jogar para o outro e não ter medo de se ver no outro. Risco de nos depararmos com nossos limites, nossos preconceitos, nossas impossibilidades, nosso não-fazer, nosso não-querer fazer. Educação exige aceitação do novo. Aprendeu, o autor, com seus primeiros educadores que as práticas educativas podem acontecer em territórios não só físicos, mas nos territórios das biografias dos indivíduos, nas marcas de suas histórias de vida, ao permitirmos que os indivíduos se façam atores e autores em situações que lhe trazem traumas, em experiências excludentes, em situações de negação pelo outro, quando se associam para resistir, lutar e intervir. Alunos e professores tem múltiplos territórios de possibilidades de formação, tanto do ponto de vista das experiências na educação formal, quanto informal, revelam os textos desta obra. Este livro é de fundamental importância para a educação, para um educador, para a prática docente. Os momentos teóricos e práticos abordados nesta obra dão vida à memória de um educador cuja trajetória profissional se aproxima de alguém que ensina com a alma. É matéria prima para várias discussões, inspira criar, construir, fazer, desfazer, refazer práticas. Estimula o gosto pela arte de fazer e de vivenciar a sala de aula, o ensino e a aprendizagem de forma viva, edificadora, nutridora de vidas. Motiva relações, partilha, reciprocidade, solidariedade, entre alunos e professores, entre os atores do cotidiano escolar, levando seus leitores a revisitarem sua prática percebendo-a como efervescente. Ao trilhar as pegadas de sua prática, Pedro Arturo Rojas Arenas oferece marcas pertinentes do cotidiano da Didática, da Pedagogia e da Sociedade. Esse colombiano, naturalizado brasileiro, tem a sensibilidade de vivenciar sua prática através de ações transculturais e imprime em seus escritos a simplicidade de um educador humilde e aberto para ensinar e aprender. Sua obra certamente satisfará os anseios de educadores que tem o gosto por textos sensíveis sobre a arte de educar e de ser com o outro. Este livro está dedicado a todo aquele que se entusiasma, que deseja, que sente, que acredita no alcance social de sua arte de fazer. Está dedicado a todos os educadores e profissionais ligados à educação, pois é fruto daqueles que o inspiraram desde sempre. São esses, em especial, uma educadora, um educador, e todos os demais outros participantes de sua rota de vida. Ela, uma mãe; ele, um amigo; todos os demais, seus alunos, seus colegas de trabalho, seus companheiros de vivências.
Here is a reading of the Colombian and South American reality, with its clashes over the application of methods and practices based on essentially materialist ideologies, which occurred in the 50s, 60s and 70s, with the author Pedro Arturo Arenas experiencing many of the social challenges, concepts and spirituality of that time. “Love in times of war” offers a panoramic photograph of the transformations that took place in Latin America, especially from the end of the 1950s onwards, a period of great social changes and full of illusions, many of which ended up dragging entire populations into especially youth, to embark on a quest for collective justice, but which in the end led to immense frustrations and tragic results in some countries. The unrestricted exercise of doctrines and dogmas, both on the left and on the right, finally produced an increase in social and economic disparities evident in many parts, stimulating and intensifying class struggles, such as the emergence of resistance movements. peasant and working class, urban guerrillas and other forms of violence, without achieving their goals. Without adequately responding to the aspirations of collective justice, such ideologies deepened the abyss between poverty and wealth, producing even more greater apathy, hopelessness and disillusionment in the hearts of the impoverished and anguished masses in countless parts of the planet. The search for a more just social order continued to lead Pedro Arenas through tortuous paths and intellectual clashes until, after a long and arduous journey, he found himself disenchanted with the political practice of members of supposed socialist organizations, realizing then the limitations of ethical and spiritual nature of the cited movements, especially in the daily interrelationships of the members of these organizations that, in turn, ignored or despised the evident religiosity of the Colombian peasants. With the new possibilities, a new world opened before his eyes, when he reunited with his old friend Gabriel Branco, through whom he learned about the Bahá'í teachings. Upon investigating the subject more deeply, he was led to conclude that such teachings constituted an incomparable social and spiritual project of a magnitude never before imagined. Leaving behind his past as a union and political activist, Pedro Arturo was now seeking new horizons of understanding, reaching the conclusion that social and political transformations are incomplete, unless they advance concomitantly with a deep spiritual transformation, and that the way to establish a new order in human affairs requires the use of new means and methods. From those new teachings emerged the understanding that conflict resolution can take place through methods of consultation and dialogue; that humanity cannot continue to be sacrificed for the maintenance of certain outdated postulates; that the sole purpose of legal norms as well as political and economic theories is the protection of the common interests of all peoples; that love for the homeland, although legitimate, needs to give way to a broader loyalty, that is, to love for humanity as a whole and, as a consequence, for the concept of world citizenship. That all kinds of prejudices need to be abandoned; that new institutions need to be erected; that the recognition of ethnic, climatic, historical, idiomatic and traditional diversity, thoughts and customs, can help to promote “a broader loyalty, a greater aspiration” that contemplates the uniqueness of humanity; that the maintenance of order can be sustained by a “single code of international law”, by an Executive and a Parliament and a World Supreme Court; that the Cause of Peace can be achieved through a binding treaty, with inviolable and clearly defined clauses, fruit of a broad global consensus. Inspired by these principles and a clear vision, Pedro Arenas rose to promote these teachings, traveling and supporting local Bahá'í activities and institutions in Colombia, where he learned about the exciting experience and fieldwork of the Rural University – FUNDAEC and the Ruhí Institute. Served as a Bahá'í pioneer in El Salvador, Central America, during a period of great uncertainty and conflict between the army and the FFLN; collaborated in activities to promote the Institute of Bahá'í training in indigenous areas on the borders of Brazil, Colombia and Peru, as well as dedicated a brief period of his life in the archipelago of Cape Verde, on the African coast, and later - now back to Brazil – in the region of Northeast, where he established himself as a Bahá'í pioneer – working as a professor linked to the Rio Grande do Norte State University. Finally, Pedro Arturo dedicates the last chapters and some accompanying texts to remembering relatives and friends, both from the oldest and most recent times, dedicating to them lines of recognition, affection and high esteem, all as a reflection and demonstration of his love and ample thanks to the Beloved of his heart, Bahá'u'lláh, for guiding him and enabling him to reach a height of achievement and joy. The whole story is told with the enthusiasm of one who was an active protagonist and is testimony to the personal transformations experienced by the author under the influence of Bahá'u'lláh's Revelation. This young Colombian seeker, like many others of his age and generation, was galvanized by the overwhelming strength and foresight of the Bahá'í teachings and still continues untiring in his efforts in the challenging task of contributing – each in a humble way and according to his abilities – in the construction of that new order advocated by Bahá’u’lláh.
Descripción / Resumen (Inglés): The present volume represents a compilation of international teacher education practice and research with a focus on Teacher Education for Contemporary Contexts. It draws upon the diverse educational perspectives, teaching procedures, knowledge, and situated contexts where the discipline takes shape. The sections of this book comprise research papers accepted for presentation during the 18th International Study Association on Teachers and Teaching (ISATT) Biennial Conference that will take place from July 3rd to July 7th in Salamanca, Spain. Around 300 delegates from 57 countries across the globe and a large Scientific Committee of 80 colleagues have contributed academically and professionally to support our ability to share the contents of this volume. The main conference topic is search and research. Searching is the action of looking carefully at people, objects, and situations in order to find something concealed or to discover something beyond the ordinary. This is what teachers do in their classrooms and, primarily, ‘search’ represents their endeavours to construct professional knowledge as a result of developing practice. Researching is systematic inquiry that intends to discover new knowledge and/or to refute educational theories, a process typically rendered by teacher educators and other researchers. The focus of this 18th biennial ISATT conference is to bring together both “search” and “research”, connecting practice and theory (or ‘praxis’), with the purpose of offering relevant solutions to realistic classroom problems. The editorial process followed three differentiated phases: The first phase required abstract submission with the purpose of being accepted for the conference. A double (or triple) blind review was conducted to evaluate whether the papers submitted were suitable for the conference. A rate of 87% of the papers were accepted for presentation. The second phase encouraged authors to voluntarily submit a full paper of 3,000 words. A total of 111 full papers were then subjected to an open review process with the main purpose of suggesting to authors ways of further improving the presentation of their valuable research. A third phase, not yet completed and therefore beyond the scope of this book, was the review and selection of the outstanding papers, papers that were deemed eligible for the post-proceeding publication (i.e., less than 15% of the total). The central intent of the book is to contribute to fostering scholarly discussions and to inform future teaching trajectories, strengthen lines of research in teacher education and demonstrate the opportunities and constraints in our professional work. Its added value highlights the commonplace in international research that serves to depict how the field of teacher education is moving forward in an increasingly global society. All in all, teachers, teacher educators and researchers learn by effective communication processes, whether in in personal/professional interactions or in the use of digital technologies. Positive interactions lead to building strong communities of learners, which in turn, leads to the production of valuable knowledge and better understandings about learning and teaching. With the upcoming commemoration of its 800th anniversary in the year 2018, the University of Salamanca, as the oldest university in operation in Spain, is proud to host the ISATT 18th biennial conference and to support the exceptional work of many researchers in the field of Teacher Education by compiling and editing the work in this volume. Furthermore, the local Organizing Committee and the ISATT Executive Committee hope you will experience a rewarding intellectual experience as a result of your contributions and knowledge, as both academics and practitioners. Thank you very much for providing us this exciting opportunity to work with you. We warmly welcome you to Salamanca – a truly historic and a contemporary context! Descripción / Resumen (Español / Castellano): El presente volumen está integrado por una recopilación de prácticas e investigaciones internacionales de formación docente centradas en la formación de profesores en la sociedad actual. Se basa en las diversas perspectivas educativas, los procedimientos de enseñanza, conocimiento y contextos sociales. Las secciones de este libro comprenden trabajos de investigación aceptados para su exposición en las XVIII Conferencia Bienal Internacional de Estudios de Profesores y Enseñanza (ISATT) que tendrá lugar del 3 al 7 de julio en Salamanca, España. Alrededor de 300 delegados de 57 países de todo el mundo y un gran Comité Científico de 80 colegas han contribuido académica y profesionalmente en favor de este evento. El tema principal de la conferencia es la búsqueda y la investigación. «Buscar» es la acción de mirar cuidadosamente a las personas, objetos y situaciones para encontrar algo escondido o descubrir algo más allá de lo ordinario. Esto es lo que los maestros hacen en sus clases y, sobre todo, la búsqueda representa sus esfuerzos para construir conocimiento profesional como resultado del desarrollo de la práctica cotidiana. La «investigación» es una investigación sistemática que pretende descubrir nuevos conocimientos y/o refutar teorías educativas, un proceso que suelen dar los educadores de profesores y de otros investigadores. El objetivo de esta 18ª conferencia ISATT es reunir tanto la «búsqueda» como la «investigación», conectando la práctica y la teoría (o praxis) con el propósito de ofrecer soluciones relevantes a los problemas reales de la clase. El proceso editorial siguió tres fases diferenciadas: 1. Requirió el envío de resúmenes con el propósito de que fuesen aceptados para la ser expuestos en la conferencia. Se realizó una revisión doble ciego (o triple) para evaluar si los artículos presentados eran adecuados. Se aceptó una tasa de 87% de los trabajos para su presentación. 2. La segunda fase requirió de los autores en envío en período voluntario de un trabajo completo de 3.000 palabras. Un total de 111 trabajos fueron sometidos a un proceso de revisión abierta con el propósito principal de sugerir a los autores formas de mejora. 3. Una tercera fase, aún inconclusa, y por lo tanto fuera del alcance de este libro, fue la revisión y selección de los documentos pendientes, los documentos que se consideraron electos para la publicación posterior al procedimiento (es decir, menos del 15% del total). La intención central de esta obra es contribuir a fomentar el debate académico e informar sobre futuras trayectorias de enseñanza, fortalecer las líneas de investigación en la formación del profesorado y demostrar las oportunidades y limitaciones en nuestro ámbito. Su valor es el de destacar el lugar común en la investigación internacional que sirve para describir cómo el campo de la formación de maestros avanza en una sociedad cada vez más global. En general, los maestros, los educadores de educadores y los investigadores aprendan mediante procesos de comunicación eficaces, ya sea en interacciones personales/profesionales o en el uso de tecnologías digitales. Las interacciones conducen a la construcción de comunidades fuertes de estudiantes, que a su vez, conduce a la producción de conocimientos valiosos y mejores sobre el aprendizaje y la enseñanza. Con la próxima conmemoración de su 800 aniversario en el año 2018, la Universidad de Salamanca, como la decana de las españolas, se enorgullece en acoger la XVIII Conferencia Bienal de ISATT y apoyar el trabajo excepcional de muchos investigadores en el campo del Profesor Educación Investigador, editando la obra. Además, el Comité Organizador Local y el Comité Ejecutivo de ISATT esperan que experimente una lectura gratificante como resultado de sus contribuciones y conocimientos, tanto académicos como profesionales. Muchas gracias por brindarnos esta emocionante oportunidad de trabajar con usted. ¡Les damos la bienvenida a Salamanca un contexto verdaderamente histórico y a su vez contemporáneo!
A Pedagogia da Emancipação apresentada nesta obra visa motivar o desenvolvimento de competências de aprendizagem autônoma que permitam a evolução do educando em direção à conclusão permanente de seu ser. Trata se de uma proposta de processo transformador do sujeito por meio do ensino-aprendizagem. Neste sentido, a pedagogia é entendida como um tipo de formação voltada para uma disposição de revisitar o passado e de reinventar o mundo. Um conjunto de saberes que se constitui a partir de uma sabedoria prática. A emancipação refere-se, por sua vez, à capacidade de permanente reavaliação das estruturas sociais, políticas, culturais e econômicas do ambiente com o propósito de ampliar as condições jurídico-democráticas de aprofundamento da organização e do associativismo na vida de determinada sociedade ou grupo para sua inclusão efetiva no contexto social mais abrangente. Uma Pedagogia da Emancipação é, para nós, um início de discussão sobre as mazelas de nossa educação superior e as formas de se construir um novo pensar científico-acadêmico. Miracy Barbosa de Sousa Gustin Paula Gabriela Mendes Lima
This book brings together in one volume a selection of the best articles that have appeared in the Mediterranean Journal of Educational Studies, whose first issue appeared in 1996. Each chapter highlights challenges faced by education systems across the region.
A educação tem sido tema de grande interes-se da sociedade há bastante tempo. Desde o século XIX observamos avanços significativos na compreensão do desenvolvimento humano e na forma de lidar com as crianças. Castigos físicos e humilhações são práticas que a sociedade atual repudia, e a necessidade de cuidado e atenção é de conhecimento comum. Apesar disso, a educação parece estar numa crise constante, pois, por mais que haja investimentos, diminuição do analfabetismo e outros dados que deveriam expressar uma visão otimista sobre a questão, ela está sempre cercada de críticas, reclamaçõese denúncias. Escolas em condições precárias, professores mal preparados e mal remunerados, indisciplina e indiferença por parte dos alunos, falta de participação dos pais, falta de verbas públicas ... a lista é extensa. As propostas para resolver o problema geralmente são: mais escolas, mais professores, melhores salários, maior investimento público, mais provas, e mais tempo na escola. No entanto, a própria ideia de escola e o modo como é organizada, é pouco ou nunca questionado, como se o modelo que conhecemos fosse o único possível e tudo que pudéssemos fazer fosse tentar melhorá-lo, ajustá-lo. Educação virou sinônimo de escola, e a es-colarização o único caminho para a ascensão e o prestígio social. Dentro dessa visão, o ensino público é sem dúvida o mais questionado. A competição pelas vagas nos vestibulares é desleal, e a escola pública é tida como incapaz de equiparar a "qualidade" do ensino privado. Mas que qualidade é essa? O ensino médio tornou-se um longo e repetitivo cursinho pré-vestibular, com testes vocacionais e simulados desde os úl-timos anos do ensino fundamental, com a justificativa de preparar o aluno. A acirrada disputa por uma vaga nas principais universidades gera uma reação em cadeia que atinge todo o sistema escolar, a começar pela atenção que lhe é dada a partir do ensino fundamental, tornada obsessãono ensino médio. Aumenta-se a carga horária e a rigorosidade das provas, tiram tempo de atividades físicas, artísticas, lúdicas, e de tudo que não é considerado relevante para o vestibular. Para as escolas particulares é uma questão de comércio: quanto mais alunos são aprovados, maior pode ser a mensalidade. O investimento em infraestrutura, e aquicompreende-se como sendo todos os recursosnecessários para o dia a dia de uma escola, apesar de necessário, não chega perto do debate que parece ser fundamental para uma educação relevante. Para entender melhor, basta observaras escolas de alto investimento, onde alunos e professores dispõem de todos os recursos materiaisnecessários. Tudo isso não evita o desinteresse geral dentro das salas de aula. É preciso repensar o modelo como um todo: objetivo, currículo e organização. Na esmagadora maioria das escolas, as respostas seriam: preparar para o vestibular/mercado de trabalho, aulas expositivas sobreconteúdos pré-estabelecidos e enfileiramento de crianças em frente a um orador, num ambiente em que não participem de praticamente nenhuma decisão. Ou seja, por mais bem equipada que seja a escola, isso não pressupõe um resultado pedagógico realmente diferente de qualquer outra. Esse modelo escolar é praticamente universal, apenas se ajustando às realidades locais. Mas o que existe de ciência por trás disso? Que pesquisas e estudos comprovam que essa é a melhor forma de educar nossas crianças? Quem define quais conteúdos são importantes? De que modo essa prática corresponde à teoria estudada nos cursos de formação de professores?Durante meu percurso na faculdade de Peda-gogia todas essas questões foram bem pouco debatidas, e as críticas e soluções apresentadas não saíam do senso comum. Conforme conheci outros pedagogos e educadores em geral, percebi que a ausência de uma análise mais aprofundada sobre o que entendemos por educação não era exclusividade de meus professores e colegas, estava presente na Pedagogia como um todo. Estudantes de universidades públicas, tidas como as melhores do país, não iam muito além ao criticar o sistema educacional. Havia algo de errado com a ciência que me dispunha a compreender. No meio do curso, passei a ter contato compropostas pedagógicas que buscavam outras soluções para os problemas da escola tradicional, e conforme fui pesquisando, conversando com amigos e outras pessoas, descobri um universo amplo de experiências educativas que de fato propunham uma prática coerente com o discurso. Ao perceber que, longe de serem novidades, estas escolas existiam há mais de um século e meio, a sensação de que a Pedagogia que estudava na faculdade estava absolutamente ultrapassada só aumentou. Não é a toa que nenhuma destas experiências me foi apresentada durante o curso, tive que encontrá-las e estudá-las por conta própria. Desta pesquisa nasceu esse livro. Primeiroatravés da monografia de conclusão de curso, agora ampliada e sem a desnecessária impes-soalidade dos textos acadêmicos. O objetivo, desde o começo, era escrever para os professores numa tentativa de juntos formularmos uma ciência da educação que leve em conta o conhecimento que vem sendo construído nos últimos dois séculos. Não podemos mais aceitar como natural uma pedagogia que funciona basicamente do mesmo modo há 200 anos. Não por orgulho, mas por necessidade de agir de forma relevante para a humanidade, a Pedagogia precisa perder esse ar ingênuo, de "ciência menor", incapaz de contribuir de forma consistente às outras áreas do conhecimento. Diversos problemas que enfrentamos hoje necessitam de uma contribuição pedagógica. Mas se não conseguimos formular uma compreensãoatualizada nem para o local onde tradicionalmente trabalhamos, - as escolas - o que podemos oferecer ao restante da sociedade?Apesar disso, um educador em especial es-teve sempre presente desde o início de minhaformação: Paulo Freire. Os professores e alunos sempre o citavam e o reverenciavam. Então fui ler. Em diversas questões, percebi suas indagações indo diretamente contra a estrutura escolar que conhecemos, mas ainda assim os representantes desta estrutura insistiam em utilizá-lo, ao menos na teoria, e muitos de fato pareciam acreditar que seguiam, de algum modo, suas propostas. Diversas escolas e linhas pedagógicasidentificam-se como seguidoras do pensamen-to freiriano, mas o que de fato levam dele para a prática? Muitos falam em educar para a autonomia e a liberdade, mas de fato acreditam nisso? Há coerência? Parece que nossa incapacidade de realizar uma educação diferente não vem de uma ausência de teorias sobre o assunto, mas da dificuldade em relacioná-las com a prática. Para além dele, diversos outros educadores brasileiros levantaram questões importantes e pertinentes, mas de algum modo a Pedagogia, especialmente através da academia, conseguiu se esquivar destas críticas e reflexões.Com tantos exemplos, pesquisas e referênciassobre a educação que se tem e a educação quese quer, é preciso encontrar dentro das práticas existentes o que comprovadamente não funciona e o que potencialmente transforma a experiência educativa. E vivemos um momento propício para isso. Novos debates em torno da educação vêm acontecendo, e nos últimos anos um movimento de crítica mais aprofundada ao modelo atual vem ganhando força através de encontros, projetos e filmes que discutem a educação com uma proposta mais radical. Nesse contexto, é preciso analisar os pontos fundamentais que essas discussões trazem, especialmente sobre experiências educativas que, se não são necessariamente novas, ao menos sua exposição e influência certamente o são. Escolas em que estuda-se de acordo com o interesse de cada um, em que alunos não são organizados por idade nem por série e participam das decisões referentes às regras e necessidades da comunidadeescolar surgiram há mais de um século, inclusive no Brasil, desenvolvendo alternativas consistentes e muito bem registradas ao modelo de educação com o qual estamos acostumados. Alunos, pais e professores, embora possamdiscordar entre si, sinalizam que algo está errado. A Pedagogia tradicional fracassa de diversas formas e precisa urgentemente revisar suas convicções mais básicas para desenvolver uma educação que de fato se adapte às necessidades do mundo contemporâneo, contribuindo para a construção de um mundo diferente, formandopessoas críticas, autônomas, solidárias e acostumadas à liberdade individual e coletiva.