PEDRO ARTURO ROJAS ARENAS
Published: 2023-07-26
Total Pages: 64
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O debate Didática, Pedagogia e Sociedade – Textos para uma sociologia da educação no século XXI, de Pedro Arturo Rojas Arenas, decorre, certamente, da pertinência do tema nas discussões acadêmicas na área de educação. Professores, pesquisadores e estudantes cada vez mais estão interessados em discutir seus conceitos, suas categorias, suas possibilidades dentro e fora da sala de aula. O livro é resultado de discussões e reflexões das quais o autor tem participado, alimentadas pelos questionamentos e problematizações em torno da formação e profissionalização docente. O livro convida-nos a retomar essas discussões no âmbito da formação de professores. Acresce sua preocupação com a ampliação do olhar sobre a educação, estabelecendo pontes com outras áreas do saber: reportamo-nos à Sociologia, à Antropologia, à História, por exemplo, dimensões essas que, seguramente, permitem um conjunto de discussões com as quais a educação deve familiarizar-se para ampliar os olhares e o diálogo entre as ciências humanas. Nos dias que correm, os desafios, as mudanças, as novas perspectivas para o sistema de ensino impelem os profissionais nutrir outras formas de agir, de ler o mundo que implique mudanças em uma prática docente investigativa, direcionada para outros espaços de ensino e de aprendizagem. As discussões apresentadas neste livro conduzem a uma viagem por textos leves, frutos da experiência pessoal, profissional, e de uma trajetória vivida, como educador, em seu compartilhamento com outros educadores, somados à sua experiência de vida na convivência com pessoas simples. A essência da obra: a arte de educar. Em seus artigos o lugar da responsabilidade social, da prática do fazer fazendo, da dedicação, do sentimento em torno do pensar sobre e com o outro. Escrito com a propriedade de um educador, que busca seu alimento diretamente da prática, apresenta uma trajetória de trabalho resgatado das subjetividades dos sujeitos e dos lugares miúdos da vida cotidiana. Com a mesma força, o que inspira o título do livro é a sua preocupação com a educação e seus desafios na contemporaneidade, principalmente, no que tange o mote da sociologia. No entanto, vai para além dessa dimensão. As discussões alimentadoras de seus artigos erguem-se de uma prática em sala de aula, de conceitos pertinentes às ações pedagógicas, do reconhecimento dos sujeitos escolares, das relações compartilhadas, da construção coletiva de um trabalho pedagógico, de ações educativas construtoras de intervenções e mudanças. Nos sistemáticos momentos que vislumbra suas ações como educador, o autor o faz de forma viva, séria, responsável, com a disposição daqueles que reconhecem a importância da prática da alteridade e da responsabilidade social do seu trabalho. Assim pensado, o faz percorrendo, avidamente, a memória de dois atores de precisos significados em seu percurso como educador e cidadão. Referências presentes até os dias de hoje: uma mulher e um educador de vivências. Ela, sua mãe; ele seu amigo. A primeira educadora, sua mãe, aquela professora de todos os dias, da sabedoria de quem é simples, de quem aprende na prática e com humildade. Sua primeira educadora perpassa todos os textos de seu livro como que conduzindo, ensinando, apontando, dizendo, olhando, observando o lápis em sua mão correndo pelo papel afora. Vislumbrar a educação, através do território da sociologia, no mundo de hoje, e as experiências necessárias à uma escola, para o processo formativo do aluno, incluindo a cultura de formação continuada, colocou Pedro Arturo diante da possibilidade de uma rica aprendizagem e, na mesma proporção, da necessidade de uma grande doação, abnegação, curiosidade, responsabilidade, entrega, criatividade e despojamento. São duas dimensões: uma, das técnicas, das metodologias, do repertório acadêmico, dos planos de aula, práticas da formação docente; outra, do sujeito enquanto conhecimento de si e do outro, enquanto subjetividade, enquanto vivência da alteridade, enquanto busca de outros territórios, prática dos saberes e da experiência. O livro de Pedro Arturo, se inspira nesse educador central em sua vida: Paulo Freire. Educar exige risco, aceitação do novo e rejeição de qualquer forma de discriminação. Sentença condutora da busca em sua prática por caminhos da vida nos plurais espaços onde se pode aprender e ensinar, a encontrar o outro, a nos colocarmos no lugar do outro. Nesse sentido, as histórias vividas na trajetória de vida do autor desta obra, como territórios simbólicos, se abriram para que explorasse e descobrisse maneiras e sentidos vários, procurar o indivíduo singular e plural, sua existência em meio das relações sociais. A obra de Pedro Arturo nos permite inspirarmos nos ensinamentos de Paulo Freire, ao lembrar que ensinar exige risco de se jogar para o outro e não ter medo de se ver no outro. Risco de nos depararmos com nossos limites, nossos preconceitos, nossas impossibilidades, nosso não-fazer, nosso não-querer fazer. Educação exige aceitação do novo. Aprendeu, o autor, com seus primeiros educadores que as práticas educativas podem acontecer em territórios não só físicos, mas nos territórios das biografias dos indivíduos, nas marcas de suas histórias de vida, ao permitirmos que os indivíduos se façam atores e autores em situações que lhe trazem traumas, em experiências excludentes, em situações de negação pelo outro, quando se associam para resistir, lutar e intervir. Alunos e professores tem múltiplos territórios de possibilidades de formação, tanto do ponto de vista das experiências na educação formal, quanto informal, revelam os textos desta obra. Este livro é de fundamental importância para a educação, para um educador, para a prática docente. Os momentos teóricos e práticos abordados nesta obra dão vida à memória de um educador cuja trajetória profissional se aproxima de alguém que ensina com a alma. É matéria prima para várias discussões, inspira criar, construir, fazer, desfazer, refazer práticas. Estimula o gosto pela arte de fazer e de vivenciar a sala de aula, o ensino e a aprendizagem de forma viva, edificadora, nutridora de vidas. Motiva relações, partilha, reciprocidade, solidariedade, entre alunos e professores, entre os atores do cotidiano escolar, levando seus leitores a revisitarem sua prática percebendo-a como efervescente. Ao trilhar as pegadas de sua prática, Pedro Arturo Rojas Arenas oferece marcas pertinentes do cotidiano da Didática, da Pedagogia e da Sociedade. Esse colombiano, naturalizado brasileiro, tem a sensibilidade de vivenciar sua prática através de ações transculturais e imprime em seus escritos a simplicidade de um educador humilde e aberto para ensinar e aprender. Sua obra certamente satisfará os anseios de educadores que tem o gosto por textos sensíveis sobre a arte de educar e de ser com o outro. Este livro está dedicado a todo aquele que se entusiasma, que deseja, que sente, que acredita no alcance social de sua arte de fazer. Está dedicado a todos os educadores e profissionais ligados à educação, pois é fruto daqueles que o inspiraram desde sempre. São esses, em especial, uma educadora, um educador, e todos os demais outros participantes de sua rota de vida. Ela, uma mãe; ele, um amigo; todos os demais, seus alunos, seus colegas de trabalho, seus companheiros de vivências.