A. L. L. de SOUZA
Published: 1998
Total Pages: 349
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O presente trabalho procurou contextualizar o manejo florestal em relação ao arcabouço teórico do desenvolvimento sustentável, identificar os vínculos entre essas duas concepções e avaliar suas possibilidades e limites quanto ao atendimento dos objetivos de promover a sustentabilidade econômica, ecológica e social e contribuir para o desenvolvimento sustentável do setor florestal. As informações foram obtidas através de entrevistas qualitativas com diversos atores sociais e com base nas pesquisas disponíveis sobre manejo florestal para a Amazônia, mais especificamente no município de Paragominas-PA. Partiu-se da hipótese de que o modelo de manejo florestal em florestas públicas de produção constitui-se numa via mais eficiente para gerar benefícios sociais, econômicos e ambientais do manejo florestal, contribuindo para melhorias na qualidade do desenvolvimento do setor florestal. Para verificação dessa hipótese foram realizadas análises comparativas envolvendo três modelos de uso dos recursos florestais: o manejo em florestas públicas de produção; o manejo em florestas privadas e a exploração seletiva tradicional. A análise comparativa qualitativa revelou a superioridade do manejo florestal em florestas públicas de produção em relação aos demais, quando se considerou os aspectos sociopolíticos, ecológicos e econômicos. O resultado da caracterização qualitativa envolvendo 23 relações entre esse modelo e os condicionantes identificados mostrou que 19 apresentaram relação positiva forte, duas foram positivas médias e duas foram negativas médias. Os principais problemas relacionados à não adoção do manejo florestal sustentável estão relacionados aos aspectos econômicos e sociopolíticos. A análise econômica financeira constatou que os modelos predatórios de uso dos recursos florestais apresentaram todos os índices econômicos considerados (valor presente líquido, taxa interna de retorno e relação benefício/custo) superiores aos modelos baseados no uso sustentável, devidos aos menores custos relativos aos modelos predatórios. As causas estão associadas principalmente ao descumprimento dos dispositivos legais, insegurança fundiária, abundância e baixo preço dos recursos florestais, apropriação privada dos recursos florestais e fiscalização e controle deficientes por parte das instituições públicas ambientais.
