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A educação infantil é um nível de ensino que demanda um profissional que tenha uma formação que propicie um olhar amplo da educação, do desenvolvimento e das relações concernentes à aprendizagem das crianças. Nessa perspectiva, procuramos desenvolver uma temática que leve em consideração a formação do profissional que atuará na educação infantil, abrangendo desde o conhecimento do nível de ensino, seus aspectos legais, curriculares e as políticas públicas a que dizem respeito. Na atualidade, a profissão de professor não tem a valorização financeira que deveria ter, contudo, ainda temos estudantes inspirados e preocupados com a sociedade em que vivem e que querem fazer a diferença, sendo um profissional da educação compromissado e que demonstra a preocupação com a formação de cidadãos éticos, críticos, reflexivos e transformadores da sociedade. Cabe aos formadores instigar os estudantes a irem em busca de uma formação ampla, quer seja ela inicial e/ou continuada e que esta seja voltada para a realidade. Busca-se, desta forma, desenvolver uma visão crítica, criativa e transformadora, que contribua para uma formação do profissional professor(a) cidadão, que atue e desenvolva uma prática docente relevante e significativa na construção de uma sociedade mais justa, solidária, socialmente referenciada, inclusiva e de qualidade social.
Este livro trata da formação continuada de professores da educação infantil. No desenrolar de sua parte teórica, mostra-nos que a escola e os professores necessitam conhecer e desconstruir o discurso neoliberal, que insiste em nos convencer de que nada podemos contra essa realidade, em que o Estado é minimizado em suas ações. Ressalta que o professor que acredita no seu potencial e no potencial de seus alunos, encaminha sua prática na perspectiva de reconhecer as crianças como presente e futuro da nação. A prática desse professor fundamenta-se na constante reflexão acerca do conhecimento produzido mediado ou facilitado, no âmbito da relação docente-discente na sala de aula e nas relações dentro e fora da escola. O livro também defende e trabalha a ideia de que os professores de todos os níveis de ensino são seres inacabados e conscientes de seu inacabamento (FREIRE, 1996), contraditórios, multifacetados, com histórias pessoais formadas nas relações que estabelecem com os outros, com a cultura, com o meio e consigo mesmo, fazem suas escolhas, criam-se, recriam-se, ressignificam e reelaboram seu fazer pedagógico, buscando maneiras de crescer, desenvolver-se, emancipar-se e reelaborar sua prática docente à luz da formação continuada. Assim, ressaltamos, nesta obra, os princípios da reflexividade, da colaboração e do engajamento, importantes na formação do educador. Evidencia-se que trabalhar, tendo em vista os três princípios elencados, tem se mostrado positivo, especialmente porque ajuda a superar obstáculos, a vencer medos e incertezas que, a rigor, transpõem o cotidiano docente. Por fim, acredita-se que transitar pelos meandros da formação continuada na educação infantil em articulação com a prática docente deixa evidente que o professor precisa buscar seus caminhos de aperfeiçoamento constante para ir conquistando melhorias pedagógicas, profissionais e sociais, confirmando-se que ser professor(a), no século XXI, requer compreender que o conhecimento, os alunos, as relações e os modos de aprender são diversos e se transformam rapidamente. Para continuar a dar uma resposta concreta aos direitos dos alunos, ao professor é igualmente necessário um esforço redobrado para continuar a aprender e aperfeiçoar sua prática docente.
Este livro analisa a reconfiguração do curso de Pedagogia com a implementação das diretrizes curriculares aprovadas em 2006. A concepção então assumida, que toma a docência como base para a formação do pedagogo, ao mesmo tempo em que define o curso como licenciatura na qual são graduados os professores da Educação Infantil, dos anos iniciais do Ensino Fundamental, da modalidade normal do Ensino Médio ou ainda dos cursos de formação profissional da área da educação, trouxe para a elaboração dos seus PPPs indiscutível desafio: uma concepção curricular que não se limite ao campo das metodologias e dos saberes específicos para o exercício da docência. Qual Pedagogia efetivar no currículo de um curso que tem uma natureza mais ampla do que as demais licenciaturas - a de ser um curso no qual licenciatura e bacharelado não se dissociam? Embora institucionalmente localizado nos cursos de Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste da Paraná – Unioeste – o estudo carrega em si esta universalidade: as contradições geradas no campo institucional e no campo curricular pela proposição das novas diretrizes.
Esta obra tem origem com a pesquisa de doutoramento, cuja intencionalidade foi descobrir como o Curso de Pedagogia auxilia os futuros professores a serem professores de Educação Infantil. O objeto de estudo se constituiu na formação inicial do professor, quanto ao processo de desenvolvimento da profissionalidade do professor de Educação Infantil, e os seus participantes foram os alunos do 4o ano do Curso de Pedagogia – Turma 2011-2015. A construção do referencial teórico amparou-se nos aportes teóricos do campo da educação da infância, o qual considera a criança como ser histórico, ativo e portador de direitos, e a formação inicial como um direito do professor de Educação Infantil, bem como nos contributos da abordagem sociológica interacionista das profissões e nos subsídios teóricos para constituição profissional, fundamentada em conhecimentos profissionais e saberes específicos. Os procedimentos metodológicos convergem para a identificação do modelo de formação pautado na racionalidade prática no Curso de Pedagogia e de uma concepção de profissionalidade docente reflexivo-produtivista. A tese mostrou a necessidade de integrar as especificidades, eixos e características da profissionalidade docente dos professores de Educação Infantil no Curso de Pedagogia e que existem perspectivas para o desenvolvimento profissional por meio de projetos de formação e de supervisão apoiados pelas instituições de formação, supervisão de ensino e escola. Tal investigação reclama o atendimento das especificidades e necessidades formativas dos professores de Educação Infantil, exigências educacionais das crianças pequenas e as premências da sociedade.
A insatisfação com a qualidade da educação, principalmente nas escolas públicas, nos últimos anos, passou a incluir uma crítica aos cursos e aos processos de formação de professores. Organizado em duas partes, esse livro tem como objetivo trazer à luz resultados de pesquisas que evidenciam experiências bem-sucedidas na área. A primeira seção aborda temas como a formação do professor pesquisador e as políticas de iniciação à docência, além de apresentar práticas inovadoras utilizadas em cursos de formação inicial. Entre elas destacam-se: a construção coletiva de sequências didáticas; o uso de vídeos e de filmagem no preparo de professoras alfabetizadoras; o diário de campo como instrumento de aprendizagem da docência; o relato de pesquisas de licenciatura premiadas; as formas inovadoras de condução do estágio curricular; e o uso de grupos colaborativos no ensino da matemática. Na segunda parte, os autores privilegiam os estudos sobre o trabalho dos formadores, no âmbito da escola pública, nos cursos de licenciatura e nos programas de formação continuada.
Entendemos que a construção de conhecimentos pelo futuro professor de crianças de 0 a 6 anos deve estar pautada em uma concepção de educação popular permeada pelos pressupostos de uma educação libertadora, estabelecendo estreita relação entre prática/teoria/prática, conforme predicado, entre outros, pelo educador Paulo Freire. Em razão disso, o objeto desta pesquisa é a formação de professores nos cursos de Pedagogia, produzindo conhecimento sobre as características e especificidades da formação dos futuros professores da faixa etária aludida. Fundamenta-se nos estudos sobre ensino superior, formação de professores, currículo e infância. Como objetivo, busca identificar e analisar os pressupostos pedagógicos do curso de Pedagogia para a educação das crianças pequenas, tendo como universo de pesquisa um curso de Pedagogia de uma Instituição Pública de Ensino Superior, localizada na cidade de São Paulo-SP, Brasil. A metodologia utilizada está pautada na abordagem qualitativa e adotará como procedimentos de pesquisa levantamento e análise documentais e entrevistas com roteiro semiestruturado para professores e questionário com questões aberta e fechadas para estudantes. Os resultados parciais da investigação em andamento apresentam como o projeto político-pedagógico do curso concebe a formação do Pedagogo e o que pensam professores e alunos sobre a proposta curricular, especialmente no que tange a preparação do futuro professor para atuar na educação infantil.
As discussões sobre a qualidade dos cursos de formação de professores são cada vez mais frequentes, onde vem ganhando espaço a formação do Professor Pesquisador. Neste viés, a universidade se incumbe de promover a formação de licenciados que, no futuro sejam capazes de desenvolver a prática de ensino e de pesquisa numa perspectiva transformadora da realidade escolar e social. Pensando na responsabilidade que o professor carrega, o Biólogo tem um relevante papel a cumprir na sociedade em geral, desde a compreensão das origens, evolução e interações das espécies viventes no planeta terra, como também, as suas relações com o meio ambiente. Em consonância com Campos (2018, p. 23) as Ciências Biológicas apresentam singularidade como “campo de conhecimento e características próprias em relação às demais ciências, exibindo características específicas em termos de objetos que estudam, metas que perseguem, métodos de pesquisa, linguagens que empregam, entre outros”. A formação de professores não é uma tarefa simples. Mas sim, uma tarefa muito mais complexa do que imaginamos. Afinal, a profissão docente requer do educador competências de modo integral e em múltiplas áreas de conhecimento. Corroborando com o nosso entendimento, Severino (2018) enfatiza que a formação do educador não se trata apenas da sua habilitação técnica, da aquisição e do domínio de um conjunto de informações e de habilidades didáticas. Para ele, precisamos entender que automaticamente a formação de professores impõe uma formação humana em sua integralidade e, que os docentes não executam apenas atividades técnicas como algumas outras profissões. Desta maneira, sabemos que a base sustentadora da profissão docente é construída na universidade, onde o egresso de licenciatura deve carregar em seu acervo, os mais amplos conhecimentos: teórico, técnico, prático, pedagógico, didático e científico, sendo este último, um diferencial importantíssimo para o exercício da docência integrada à prática de pesquisa. Ao falarmos em pesquisa no ambiente escolar logo pensamos: o professor além de educador, ele precisa ser um Professor Pesquisador? É óbvio que sim. Ele deve ser um Professor Pesquisador capaz de transformar a realidade educacional e social nos diversos contextos e espaços. A formação de professores, “não pode ser realizada desvinculadamente da formação integral da personalidade humana do educador. Daí a maior complexidade dessa função social, já que ela implica muito mais, em termos de condições pessoais, do que outras profissões [...]” (SEVERINO, 2018, p. 12). Admito que tive maior aproximação com o tema Professor Pesquisador somente na Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado acadêmico em Educação, principalmente no percurso das disciplinas: Pesquisa em Educação e Epistemologia das Ciências da Educação. Fluiu inquietações sobre a formação do Professor Pesquisador, a sua prática formadora, e a sua função social, passando a refletir sobre a minha1 atuação docente e o processo formativo nas Licenciaturas em Pedagogia e Ciências Biológicas. Desde a primeira graduação trazia a ideia de que o Professor Pesquisador seria aquele licenciado apto para elaborar projetos com uma sequência de conteúdos a serem ministrados num curto período de tempo, e finalizando na sua culminância. Ou seja, seguindo a metodologia de projetos. Outro pensamento equivocado era de que a pesquisa na prática docente seria realizada por meio de leituras criteriosas em bibliografias atualizadas, para posteriormente desenvolver o planejamento e a execução das aulas. Diante de tais equívocos, senti a necessidade de debruçar sobre o tema de maneira mais densa, criteriosa e sistemática, em um ambiente universitário. Partimos de questões norteadoras como: De que forma os acadêmicos e professores entendem a prática de pesquisa? Quais são as possibilidades que os acadêmicos têm para desenvolver atividades de pesquisa? De qual maneira os professores possibilitam o envolvimento dos futuros Biólogos, em atividades de pesquisa? Na história educacional, os estudos sobre a formação do Professor Pesquisador tiveram sua origem na Inglaterra e Estados Unidos, tendo entre seus renomados estudiosos, Elliot (2000) na Inglaterra e Zeichner (1998, 2005) nos EUA, que vêm realizando suas pesquisas envolvendo acadêmicos, professores e alunos de universidades e escolas básicas. De posse dos resultados de suas pesquisas, chegaram ao consenso de que o professor deveria exercer a sua prática educativa numa perspectiva ética, social e política, e assim exercer o seu papel formador e de professor Pesquisador. Em suas pesquisas, Elliot (2000) carrega entre suas maiores preocupações, a formação de professores e os problemas práticos que enfrentam em seu trabalho, se propondo a ajudá-los de modo a refletirem mais profundamente sobre a prática da educação em suas escolas. Para ele, só é possível refletir sobre a prática educativa, através da pesquisa-ação, devido ela estar relacionada aos problemas práticos diários vivenciados pelos professores, e não com os problemas teóricos no ambiente de uma disciplina de conhecimento. Em sua concepção, o objetivo da pesquisa-ação é possibilitar que o professor possa aprofundar a compreensão, sobre o diagnóstico de problemas, e adotar uma posição exploratória contra quaisquer definições iniciais de sua própria situação. Temos no Brasil, renomados pesquisadores que há tempos desenvolvem pesquisas voltadas para a formação do Professor Pesquisador. Entre eles: Ens, Ploharski e Salles (2001); Diniz-Pereira (2005, 2009, 2014); Franco (2009); Ghedin (2004, 2013); Gatti (2003, 2010, 2013, 2014, 2019); Lüdke (2005, 2012); Nóvoa (2016, 2017); Pesce, André, Hobold (2013); Pimenta (2005, 2009, 2011, 2013, 2014, 2019); Severino (2007, 2008, 2009, 2018). Em seus estudos, investigam de maneira profunda as formas de resistências, os implicadores e possibilidades de os professores trabalharem a prática educativa nos moldes da pesquisa científica, dentro dos contextos escolar e social vivenciado, com vistas a uma educação humanizadora e emancipatória. Segundo Zeichner e Diniz-Pereira (2005) por mais que haja no Brasil, parcerias entre universidades e Secretarias de Educação para o desenvolvimento de programas de formação continuada que “incluam a realização de pesquisas por parte dos professores, as condições de trabalho da maioria dos educadores são tão precárias que às vezes pode parecer piada de mau gosto falar em pesquisa desenvolvida por professores na escola” (p. 71). Do ponto de vista deles, os professores devem ser tratados como profissionais que pensam e que tenham autonomia para decidir como relacionar o conhecimento atual do aluno com o novo conhecimento, e como fazer uso deste conhecimento em classe. As discussões em relação a formação do Professor Pesquisador, vêm se ampliando a partir da década de 1980. Neste sentido, Zeichner e Diniz-Pereira (2005), dizem que os termos de pesquisa-ação e a prática profissional reflexiva, tornaram-se uma ênfase para reformas educacionais ao redor do mundo. Apontam que por um lado, o movimento de pesquisa-ação significou um reconhecimento de que os profissionais produzem teorias que os ajudam a tomar decisões no contexto prático. Por outro lado, esse movimento também pode ser entendido como uma reação contra a visão dos “profissionais como meros técnicos que apenas fazem o que outros, fora da esfera da prática, desejam que eles façam e como uma rejeição às reformas “de cima para baixo” que concebem os profissionais apenas como participantes passivos” (ZEICHNER; DINIZ-PEREIRA, 2005, p. 66). O tema Professor Pesquisador será desvelado ao longo deste trabalho. Este livro está organizado em três capítulos, incluídas as seções de introdução e considerações finais. A introdução aborda o tema em estudo, de maneira suscinta, apontando a as inquietações que provocaram o desenvolvimento desta pesquisa. No capítulo 1 apresentamos a fundamentação teórica deste trabalho, onde iniciamos pela trajetória educacional brasileira e a formação de professores partindo da década de 1930. Posteriormente, contextualizamos o Professor Pesquisador abrangendo a sua formação, a importância do Estágio Supervisionado e programas de incentivo à docência. Em conseguinte, fazemos um esboço sobre a produção do conhecimento e a pesquisa científica, no contexto de formação do Professor Pesquisador. Em continuidade, debruçamos sobre a trajetória do Curso de Ciências Biológicas no Brasil e as suas políticas educacionais. Na sequência, apresentamos o Curso de Ciências Biológicas da UERR, abarcando seu histórico, concepções e princípios orientadores, competências, habilidades e objetivos do curso. No capítulo 2, temos o desvelamento do percurso metodológico da presente pesquisa, contemplando: o desenho geral da pesquisa; o tipo de pesquisa; o histórico do local da pesquisa; os sujeitos participantes da pesquisa; os instrumentos da coleta de dados; o método filosófico; a vertente das análises e discussão. Logo no capítulo 3, apresentamos o detalhamento das análises e discussão dos resultados, obedecendo fielmente aos dados coletados no âmbito da investigação. Por fim são tecidas algumas considerações finais à guisa de conclusão.
O estudo evidencia quais aspectos exercem influência na natureza dos saberes dos professores da Educação Infantil e ressalta que os cursos de formação, a própria organização das instituições, a caminhada escolar dos professores ainda na condição de alunos, os valores adquiridos na família e a relação entre os pares são elementos para a análise da constituição dos saberes dos docentes. A condição de que os saberes docentes não são simplesmente transmitidos, por isso a formação inicial não dá conta de suprir todas as necessidades dos profissionais é demonstrada na obra, a qual mantém a organização em três capítulos. Desse modo, os pontos específicos da docência, a fim de diferenciá-la das demais ocupações, e também as questões referentes à profissionalização da docência estão presentes no primeiro capítulo. No segundo capítulo, a texto traz tipologias de saberes docentes, utilizando como pressupostos teóricos os estudos na perspectiva de Tardif (2002), Gauthier et al. (2006) e Shulman (2005). O conceito de desenvolvimento profissional do professor e os elementos implícitos nesse processo compõem o referido capítulo. Assim, a análise dos dados coletados nas instituições de ensino é apresentada no capítulo seguinte da pesquisa e nele estão presentes três categorias. Estas, por sua vez, abrangem as fontes de aprendizagem como forma de originar os saberes docentes; os processos formativos, à medida que possibilitam o desenvolvimento dos saberes do professor; e, como outra categoria, a prática pedagógica na qual há a mobilização dos saberes.