Marianna Siegmund-Schultze
Published: 2002
Total Pages: 146
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A pecuária bovina é uma atividade comum na Amazônia, porém, há controvérsias sobre a sua rentabilidade e que seja apropriada para essa região. Críticas negativas afirmam que o gado bovino é exótico e que o pasto prejudica os serviços ambientais da mata amazônica. Também, a degradação rápida da pastagem restringe o desempenho da produção bovina. Os defensores, que representam principalmente as comunidades locais, argumentam sobre a necessidade da pecuária bovina, que é considerada por eles como uma atividade adequada para esse meio ambiente. Porém os sistemas de produção animal apresentam grandes diferenças; são poucas as fazendas de grande porte que dispõem de muitas cabeças de gado, enquanto a maioria dos pecuaristas têm pequenas propriedades com pequeno número de animais. Em geral, os pequenos produtores também possuem cultivos agrícolas. Apesar das diferenças nos tipos de sistemas, a avaliação sobre produção bovina local realizada até esse momento não considerou suficientemente essas discrepâncias e utilizou técnicas de avaliação gerais que só incluíram a produção física das propriedades. Benefícios socioeconômicos, tais como o acesso e gerenciamento do capital, não foram considerados satisfatoriamente. Assim, foi levantada a hipótese de que se o gado não é produtivo como o cultivo agrícola, o gado é utilizado como um recurso complementar ou representa capital. Um estudo mensal foi realizado em 37 pequenas propriedades de três áreas da região Bragantina. Os produtores foram visitados durante 15 meses utilizando um questionário semi-estruturado. Informações sobre todas as entradas, saídas e transações internas da propriedade foram levantadas com enfoque na produção bovina. Questionários não repetidos sobre elementos menos dinâmicos complementaram o levantamento de dados. Além disso, estatísticas nacionais foram processados para estabelecer tendências gerais.